terça-feira, 30 de agosto de 2011

O futuro do Brasil

Após o desfecho do primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2011 e apenas cinco pontos separam o líder do 6º colocado. Corinthians lidera o campeonato com 37 pontos, enquanto que o Palmeiras vem em sexto com 32. Entre eles tem Flamengo com 36, São Paulo e Vasco com 35 e o Botafogo vem em quinto com 34 pontos. Todo mundo colado.

Se você pegar o histórico de pontos corridos, poderá também incluir Cruzeiro e Inter, ambos com 27, na luta pelo título. E se a análise, levar em conta os craques do plantel, podemos dizer que o Santos, de Ganso, Neymar e Elano, também pode entrar nessa briga, mesmo tendo apenas 22 pontos.

Agora vamos, para o outro lado do oceano Atlântico. Nesse último domingo, o Real Madrid estreou no Campeonato Espanhol massacrando o Zaragoza por 6 a 0. Ontem, o Barcelona, extremamente desfalcado, com a zaga inteiramente improvisada com 2 volantes e 1 lateral, goleou o Villareal por 5 a 0. Enquanto que os 2 gigantes fazem uma disputa particular pelo título, os outros 18 clubes lutam pelas migalhas.

A grande diferença entre Barcelona e Real Madrid e os outros está na receita. A diferença entre os contratos de televisão e patrocínio dos dois gigantes é abissal em relação aos demais. Lá na Espanha, os contratos televisivos são individuais, logo, por terem mais craques e jogarem um futebol bonito, vistoso, Barça e Real tem maior poder de barganha e acabam fechando contratos bem maiores que os demais. Enquanto que os dois ficam com a maior fatia do bolo, os demais times ficam com as migalhas e isso reflete na disputa pelo título espanhol.

E as regalias não param por aí, Barcelona e Real Madrid também possuem linhas de créditos especiais, isto é, os dois gigantes conseguem fazem empréstimos mais facilmente do que os demais. Enquanto que o Barcelona gastou 55 milhões de euros pra contratar Alexis Sánchez e Cesc Fábregas (além das variáveis de ambos que poderão ser acrescidos, respectivamente, 11,5 milhões e 10 milhões de euros) e o Real Madrid desembolsou 30 milhões de euros por Fábio Coentrão, o Villarreal tem que vender jogadores para equilibrar as contas e manter Nilmar e Rossi no elenco.

Aqui no Brasil, com o racha no Clube dos 13, a Rede Globo negociou, individualmente com os clubes, os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Na nova negociação, São Paulo, Palmeiras, Vasco e Santos caíram do primeiro grupo para o segundo. O primeiro grupo agora, tem apenas Flamengo e Corinthians que recebem 18% a mais do que o segundo grupo. Parece pouco, mas não é. Um exemplo, foram as especulações de uma possível volta do argentino Carlos Tévez ao Brasil. Para avalizar a contratação, o Corinthians colocaria os 100 milhões que deverá receber da televisão como garantia de pagamento. O nível aumentaria, seria mais um craque desfilando pelos estádios brasileiros, mas o Botafogo teria bala na agulha pra fazer uma contratação desse nível? Será que apenas 3 pontos poderiam separar o Corinthians, com Tévez no seu elenco, do Botafogo? Com certeza não.

A diferença de Corinthians e Flamengo para os demais deverá aumentar ao longo dos anos. Quanto mais craques no elenco, maior será o poder de arrecadação com patrocinador. E essa situação está chegando a um nível insustentável na Espanha. É bom que os dirigentes brasileiros fiquem atentos a isso para que o Brasileirão continue tendo nove ou mais times disputando o título.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

União, respeito e títulos

Além do futebol bonito, bem jogado, o que me chama muito atenção no Barcelona é a união e o respeito do time, dos jogadores. Todos se preocupam com todos, todos se ajudam e solidarizam dentro e fora das quatro linhas.

Em 2010, o Barcelona enfrentou o Milan, quando Ronaldinho ainda jogava no rubro-negro italiano, pelo troféu Joan Gramper. Antes da partida colocaram no telão os melhores momentos do craque brasileiro com a camisa do Barça. O Barcelona levou o título nos pênaltis, mas quem ganhou o troféu foi Ronaldinho, entregue pelas mãos do capitão Carles Puyol, numa demonstração de carinho, respeito e reconhecimento pelos belos serviços prestados.

Na temporada passada, 2010/2011, ao sagrar-se campeão da Liga dos Campeões da Europa em cima do Manchester United, Puyol deveria levantar a taça do título do Barcelona, mas numa demonstração de união, o capita catalão entregou a faixa de capitão para que Abidal erguesse o troféu mais cobiçado da Europa. Abidal havia acabado de retornar aos gramados depois de passar por uma delicada cirurgia para a retirada de um tumor no fígado.

Ontem, após o sorteio de grupos da Liga dos Campeões da Europa dessa temporada que está começando, teve a escolha do melhor jogador da Europa de 2010/2011, vencida por Lionel Messi. O craque argentino, ídolo do clube catalão, fez questão de dividir a premiação com o time.

Hoje, ao marcar o gol do título da Supercopa da UEFA, Cesc Fábregas foi abraçado carinhosamente pelo time. Para quem não sabe, Fábregas é cria das divisões de base do Barcelona, mas foi transferido para o Arsenal, antes de chegar ao profissional. A volta para o Barcelona foi uma novela, que só teve um final feliz, pois ficou insuportável a vontade do criador e da cria de juntarem novamente, no entanto um caminhão de dinheiro foi despejado na conta do clube inglês. E como o amor entre os dois é puro e verdadeiro, a felicidade ficou completa com o gol de Fábregas que fechou o jogo em 2 a 0 contra o Porto.


Num ambiente de disputa, rivalidade, falsidade e amor ao dinheiro, a união verdadeira dos jogadores do Barcelona é algo fora do comum de um time fora de série, viciado no futebol arte e com muita gana de continuar ganhando tudo.