domingo, 24 de junho de 2012

O país em crise comemora a vitória do seu filho



Belo pódio do Grande Prêmio da Europa, disputado no circuito de rua de Valência. Dez títulos mundiais de Fórmula 1 fazendo guerra de champagne. Os saudosistas das décadas de 80, 90 estão satisfeitos? Ou vão continuar reclamando que os tempos cascudos eram os que tinham Prost, Senna, Piquet, Mansell no grid? Bom, mas não vou me alongar nesse tema. Pois quero falar de Alonso.

Primeiro, não é Fernando Alonso de las Astúrias. O cara é Fernando Alonso, El Fodón de las Astúrias! Sair em décimo primeiro lugar e chegar em primeiro na Fórmula 1 atual e num circuito como o de Valência em que as ultrapassagens são difíceis não é para qualquer. E para El Fodón é mais emocionante ainda, pois o espanhol estava correndo em casa.


Foi uma vitória completamente inesperada. Nem o próprio Alonso apostava. Ontem, após o final do Treino Oficial que definiu o grid de largada, o bicampeão mundial tuitou que a corrida de hoje seria de recuperação e que ele esperava que as coisas dessem certo e beliscasse alguns pontos.


Apesar da dificuldade de largar numa décima primeira posição, El Fodón partiu para cima dos adversários e foi ultrapassando um a um. Até que chegou na segunda posição, atrás de Sebastian Vettel que tinha muitos segundos de vantagem, o que praticamente matava a corrida. Mas a sorte ajuda quem trabalha muito e como Alonso trabalhou muito nessa corrida, a primeira posição caiu no colo do espanhol. Vettel teve problemas no carro e abandonou a prova. E Alonso administrou a vantagem até a bandeirada quadriculada.

Aliás, saudosistas pensando bem, vocês podiam se emocionar. Afinal de contas, é uma manhã de domingo e o país do vencedor passa por sérias dificuldades econômicas, cujo índice de desemprego está alto. E o povo pôde esquecer um pouco o buraco na conta bancária ou deixar um pouco de lado o caderno de classificados do jornal. Algumas décadas atrás, este país seria o Brasil e o piloto atendia pelo nome de Ayrton Senna. Mas o país de hoje é a Espanha, e o piloto atende pelo nome de Fernando Alonso, El Fodón de las Astúrias.

Kaká pode voltar ao Milan


O jornal AS publicou que o pai de Kaká está em Milão negociando o retorno do filho para o Milan. Desde a derrota do Real Madrid para o Bayern de Munique que resultou na eliminação do time espanhol na Liga dos Campeões, todos os jornais espanhóis davam como certa a saída de Kaká.

O jornal espanhol dá sinais de que pilares concretos estão sendo construídos para a transferência acontecer. O craque brasileiro que estar jogando num grande clube para ter chances de ser convocado para a Copa do Mundo de 2014. Coisa que o Milan é. Além disso, Kaká e sua família conhecem Milão com a palma da mão. E para completar, o Milan é praticamente sua casa.

Pelo lado do clube italiano, o vice presidente Adriano Galliani negou, durante a semana, o retorno de Kaká para o clube. Segundo o cartola, ainda faltam 3 anos para terminar o contrato do brasileiro com o clube espanhol, o que dificulta bastante, pois o Real Madrid não vai liberá-lo a custo zero. Inclusive, foi essa orientação que os merengues deram ao pai de Kaká, de não negociá-lo sem uma compensação financeira. Além disso, Galliani colocou outra pedra no caminho, o alto salário que o craque brasileiro recebe.  
Sonhei que o craque não tivesse boas propostas dos grandes europeus e voltasse para o São Paulo para formar o trio com Lucas e Luís Fabiano.

Primeiro foi o PSG, do diretor de futebol, Leonardo que andou sondando Kaká. Agora, o retorno ao Milan é algo bastante possível de acontecer.

domingo, 10 de junho de 2012

Luís Fabiano, o matador com cartões amarelos


Não lembro quem foi que disse ou escreveu, mas algum cronista esportivo disse que Luís Fabiano era aquele aluno que bagunçava na aula e dizia sempre que na verdade era a professora que pegava no pé dele. Nessa época Luís era jogador do São Paulo, ainda novo com seus 20 e poucos anos, antes de ir para a Europa onde teria ótimas passagens pelo Porto (POR) e Sevilla (ESP), vivia tomando cartão por reclamação com a arbitragem.

Hoje, de volta ao São Paulo, atacante veterano, líder do grupo junto com Rogério Ceni, experiente, com uma Copa do Mundo disputada, Luís continua cometendo o mesmo erro. No Campeonato Paulista desse ano, ele ficou fora da semifinal contra o Santos por ter recebido o terceiro amarelo contra a Ponte Preta na fase anterior. E pro jogo de hoje contra o Santos, válido pela quarta rodada do Brasileirão, o atacante são-paulino está suspenso.



O técnico do São Paulo, Emerson Leão, criticou a conduta do seu atacante após o jogo contra o Inter, em que Luís Fabiano levou o terceiro amarelo. “Eu gostaria que vocês contassem quantas vezes eu peço aos atletas que esqueçam o árbitro. Peço para não levar amarelo sem necessidade. Necessidade é uma falta para parar contra-ataque. Por reclamação, é erro nosso. Está na hora de tomarmos uma decisão, e séria. Para isso, já conversamos”. E completou, “Infelizmente foram três reclamações e já estávamos conversado sobre isso. Quando melhorar, ele só vai subir de rendimento. Não podemos tapar o sol com a peneira”.

Na fase classificatória do campeonato Estadual, o São Paulo bateu o Santos por 3 a 2, sendo que o terceiro gol foi marcado pelo camisa 9 do tricolor paulista. Na semifinal da competição, Luís não jogou e o São Paulo foi eliminado pelo Santos.

Na partida de hoje, os dois times entram em campo para o clássico sem suas grandes estrelas. O Santos não terá Neymar e o goleiro Rafael por estarem servindo a seleção e PH Ganso que está machucado. Já o São Paulo não conta com Lucas e Casemiro que também estão no grupo selecionado por Mano Menezes. E Luís Fabiano que poderia ser decisivo para o jogo está suspenso por ter levado três cartões amarelos em três jogos do Campeonato Brasileiro.

Os gols do matador estão saindo como nas primeiras passagens pelo clube (já foram duas passagens), mas os cartões amarelos também estão saindo na mesma proporção desde que era um jovem atacante com grande potencial. E o aluno, do início do texto, continua jogando a culpa na professora, “Levo cartão sempre que falo com o juiz”.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma aposentadoria precoce



No ano de 2008, quando deixou o Barcelona, Ronaldinho Gaúcho já dava indícios de cansaço com o futebol. De lá pra cá, o craque se comportou como um ex-jogador em atividade. Com uma passagem sem grande brilho pelo Milan, voltou ao Brasil, mas não para o gramado e sim para as noitadas. Ao invés de voltar para algum time de futebol, Ronaldinho poderia ter pensado em umas férias de popstar em fim de turnê. E depois pensar num novo retorno ao futebol com as baterias carregadas.

Quando deixou a Itália, o craque foi disputado a leilão por Grêmio, Palmeiras e Flamengo. Vitória do rubro-negro que ofereceu mundos e fundos, contando com o que iria ganhar com o marketing em cima do craque e não com o que tinha no saldo bancário. Um acerto com a Traffic avalizou o negócio, que afundou quase um ano depois, por falta de rentabilidade. Esse fracasso também é creditado pelas apagadas atuações do craque dentro de campo. Ronaldinho não rendeu o esperado. E a bola de neve foi crescendo.

Noitadas motivadas pelas regalias que o clube concedia justificam o fraco rendimento. Qualquer atleta que busque o alto rendimento deve cuidar muitíssimo bem do corpo, porque senão a engrenagem falha. E não é preciso apenas ser atleta profissional. Os amadores sentem isso também. Uma noite perdida e amanhã seguinte será de sacrifício.

O casamento com Flamengo terminou foi parar nos tribunais de justiça. E a baixaria começou. Vídeos com imagens da má conduta do craque foram parar nos jornais. O craque pede R$ 40 milhões e o Flamengo também quer ser ressarcido. Alheio a isso e querendo demonstrar força para a torcida, o Atlético-MG viu em Ronaldinho a contratação perfeita. E assinou um contrato de apenas 6 meses, com um salário mais modesto do que o do Flamengo, R$ 300 mil.

Ronaldinho construiu uma história bonita no futebol. A passagem pelo Barcelona foi irretocável e até hoje o clube catalão reverencia o Ronnie, como eles carinhosamente apelidaram o craque brasileiro. Ao invés de queimar sua imagem, Ronaldinho poderia ter pensado em tirar umas férias de 1 ou 2 anos do futebol. Recentemente, grandes esportistas fizeram isso. O piloto de automobilismo, Kimi Raikkonen, conquistou o título mundial de Fórmula 1 em 2007. Enjoado do circo, o finlandês cumpriu o seu contrato com a Ferrari e deixou a Fórmula 1 para se divertir correndo de Rali. Nesta temporada, voltou para o circo correndo pela Lotus, disputando as primeiras posições. Na motovelocidade, o australiano Stoner, bicampeão da categoria, inclusive atual campeão, está disputando novamente o título nesta temporada. No entanto já anunciou a aposentadoria precoce para o final do ano, aos 26 anos. Outra que também parou precocemente foi a tenista belga Justine Henin, deixou a WTA no topo dos rankings, pois se cansou de viver em função do esporte e preferiu curti-la como uma pessoa normal.

Ronaldinho poderia ter parado em alta. Talvez a volta para o Brasil poderia ter sido direto para as noitadas, sem ter assinado contrato com nenhum clube. Muitos fãs ficariam mais orgulhosos com o ídolo. E não causaria revolta numa nação inteira, a rubro-negra.