domingo, 29 de janeiro de 2012

Duro como Aço

“Acontece que aquele ciganinho de fala mansa e tatuado era um campeão cigano de luta sem luvas, ou seja duro como aço”. O cigano desse monólogo é Mickey, personagem de Brad Pitt no ótimo filme Snatch – Porcos e Diamantes do diretor Guy Riychie. Mas essa descrição cai muito bem no nº 1 do mundo do tênis, Novac Djokovic.

Djokovic acaba de conquistar, pela terceira vez na carreira, o Aberto da Austrália. Ele encarou quase 6 horas de jogo contra o nº 2 do mundo, Rafael Nadal. A partida teve 5 sets (5/7, 6/4, 6/2, 6/7 (7-5) e 7/5). Para chegar na final, Djokovic enfrentou uma semifinal de mais de 4 horas contra o inglês Andy Murray, há 2 dias atrás. Isto é, o nº1 do mundo jogou mais de 10 horas nos últimos 2 dias.

A partida de hoje foi muito desgastante e exigiu ao máximo o preparo físico dos dois tenistas. Rafael Nadal é conhecido como monstro no mundo do tênis, não só pela habilidade e técnica, mas também na entrega dentro de quadra. Não importa em que set esteja ou quanto esteja o placar, ele vai em todas as bolas, o que transforma as partidas em verdadeiras batalhas físicas, além uma grande carga emocional nos adversários pelo jogo incansável. Djokovic soube controlar os nervos e duro como aço, aguentou todo o desgaste da partida e levantar a taça do primeiro Grand Slam do ano (apesar da dificuldade até em levantar a taça, tamanho foi o desgaste físico).

Novak Djokovic tem apenas 24 anos, isto é muito tempo demais pela frente e um corpo jovem para enfrentar outras 6 horas de partidas pela frente.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Minha lembrança de Senna na Williams

A mídia exaltou a assinatura do contrato. A repórter gravou a reportagem da sede da Williams com o carro de nº2, de 94, de fundo. A internet pipocou de comentários nas redes sociais. Todos comemoraram o fato de um Senna voltar a dirigir um carro da Williams.

Sei que além de dar notícias, os jornalistas tem que se preocupar também em vendê-las em forma de matérias. Uma manchete ou um texto que atraia o interesse das pessoas ajudam a vender jornal e conseqüentemente atrair anúncios publicitários que é quem realmente paga o trabalho de uma redação inteira.

Lendo as notícias da contratação de Bruno Senna pela Williams não cai na vala comum de lembrar do acidente fatal em Ímola, num carro da equipe de Frank Williams. Relembrei do que eu vi do nome Senna na Fórmula 1, no carro branco e vermelho da McLaren.

Relembrei na rede social de Senna jogando o carro em cima de Prost no Japão e ficando com o título de 90. Relembrei também do título de 91 no qual, depois de um passeio, Senna cedeu a vitória ao seu companheiro de equipe Berger, no mesmo Japão. Relembrei a inesquecível ultrapassagem em cima da Williams de Damon Hill no GP do Brasil de 93. Da belíssima vitória em Donington Park no mesmo ano, cuja corrida mostrou um jovem garoto Rubens Barrichello andando em segundo lugar pela primeira vez na Fórmula 1.

E ele na Williams, tenho alguma lembrança? Sim, tenho. Não vi, mas li relatos. Nos testes de pré-temporada em Portugal no ano de 1994, o recém contratado Ayrton Senna levanta do carro e diz: “Porra, cagaram no carro bem na minha vez!”. O ‘Porra’ pode ter sido adaptação minha, mas o ‘cagaram’ foi o que eu li. E se você, leitor for bem mais novo do que eu, explico. Nos anos de 92 e 93, a Williams produziu carros imbatíveis, que muitos dizem que eram de outro planeta. Mas em 94 a FIA tirou toda a tecnologia dos carros que faziam a diferença para a Williams.

É essa a lembrança que tenho de Ayrton Senna na Williams.