sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma aposentadoria precoce



No ano de 2008, quando deixou o Barcelona, Ronaldinho Gaúcho já dava indícios de cansaço com o futebol. De lá pra cá, o craque se comportou como um ex-jogador em atividade. Com uma passagem sem grande brilho pelo Milan, voltou ao Brasil, mas não para o gramado e sim para as noitadas. Ao invés de voltar para algum time de futebol, Ronaldinho poderia ter pensado em umas férias de popstar em fim de turnê. E depois pensar num novo retorno ao futebol com as baterias carregadas.

Quando deixou a Itália, o craque foi disputado a leilão por Grêmio, Palmeiras e Flamengo. Vitória do rubro-negro que ofereceu mundos e fundos, contando com o que iria ganhar com o marketing em cima do craque e não com o que tinha no saldo bancário. Um acerto com a Traffic avalizou o negócio, que afundou quase um ano depois, por falta de rentabilidade. Esse fracasso também é creditado pelas apagadas atuações do craque dentro de campo. Ronaldinho não rendeu o esperado. E a bola de neve foi crescendo.

Noitadas motivadas pelas regalias que o clube concedia justificam o fraco rendimento. Qualquer atleta que busque o alto rendimento deve cuidar muitíssimo bem do corpo, porque senão a engrenagem falha. E não é preciso apenas ser atleta profissional. Os amadores sentem isso também. Uma noite perdida e amanhã seguinte será de sacrifício.

O casamento com Flamengo terminou foi parar nos tribunais de justiça. E a baixaria começou. Vídeos com imagens da má conduta do craque foram parar nos jornais. O craque pede R$ 40 milhões e o Flamengo também quer ser ressarcido. Alheio a isso e querendo demonstrar força para a torcida, o Atlético-MG viu em Ronaldinho a contratação perfeita. E assinou um contrato de apenas 6 meses, com um salário mais modesto do que o do Flamengo, R$ 300 mil.

Ronaldinho construiu uma história bonita no futebol. A passagem pelo Barcelona foi irretocável e até hoje o clube catalão reverencia o Ronnie, como eles carinhosamente apelidaram o craque brasileiro. Ao invés de queimar sua imagem, Ronaldinho poderia ter pensado em tirar umas férias de 1 ou 2 anos do futebol. Recentemente, grandes esportistas fizeram isso. O piloto de automobilismo, Kimi Raikkonen, conquistou o título mundial de Fórmula 1 em 2007. Enjoado do circo, o finlandês cumpriu o seu contrato com a Ferrari e deixou a Fórmula 1 para se divertir correndo de Rali. Nesta temporada, voltou para o circo correndo pela Lotus, disputando as primeiras posições. Na motovelocidade, o australiano Stoner, bicampeão da categoria, inclusive atual campeão, está disputando novamente o título nesta temporada. No entanto já anunciou a aposentadoria precoce para o final do ano, aos 26 anos. Outra que também parou precocemente foi a tenista belga Justine Henin, deixou a WTA no topo dos rankings, pois se cansou de viver em função do esporte e preferiu curti-la como uma pessoa normal.

Ronaldinho poderia ter parado em alta. Talvez a volta para o Brasil poderia ter sido direto para as noitadas, sem ter assinado contrato com nenhum clube. Muitos fãs ficariam mais orgulhosos com o ídolo. E não causaria revolta numa nação inteira, a rubro-negra. 

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